Considero-me uma pessoa bastante otimista, procuro sempre ver o lado positivo das situações, mesmo as difíceis, que ocorrem no dia a dia. Como diz o ditado: “fazer do limão uma limonada”. Não gosto de falar em coisas ruins, nem mesmo escrever a respeito de assuntos negativos. Acredito que nosso cérebro é condicionado de acordo com as mensagens que recebemos e armazenamos no ‘HD’ de nossa vida. Por isso, evito ler, escutar e assistir às notícias trágicas veiculadas pela mídia, sob pena de sofrer condicionamento e ‘sobreviver’ enclausurado em minha residência, com medo de sair para rua.
No entanto, não posso deixar de dividir com vocês alguns assuntos que andam me preocupando bastante e que dizem respeito à inversão dos valores no mundo de hoje.
Dias atrás, recebi um telefonema de um repórter, querendo fazer uma entrevista a respeito dos possíveis roubos ocorridos nos imóveis em oferta para locação. Argumentei com ele que não falaria a respeito do assunto em virtude de não estarem acontecendo roubos nos imóveis e que não seria inteligente alertar os ladrões. Sugeri-lhe que abordássemos o assunto segurança nos condomínios, de uma forma ampla e positiva, fornecendo informações de valor ao leitor. Para minha surpresa, a resposta do jornalista foi de que matérias positivas não vendem jornal, que apenas as sensacionalistas e trágicas interessavam-lhes.
Seguindo o raciocínio, a segurança pública em nosso país está precária. Temos policiais mal remunerados, desmotivados, com equipamentos sucateados, competindo com delinquentes fortemente armados, protegidos pela Legislação e pelos direitos humanos. O bandido somente poderá ser preso se for pego em flagrante delito, mesmo assim, somente será encaminhado à área judiciária, se a vítima se dispuser a denunciá-lo. Os presídios estão lotados. Não podemos andar armados, enfim temos, sua excelência, o delinquente.
Outro assunto que vem me chamando atenção é a indústria do dano moral. A cada dia que passa, nossos tribunais acumulam inúmeros processos, na maioria das vezes, infundados, de pessoas querendo se locupletar à custa das empresas. Nos dias de hoje, todo cuidado é pouco para o empresário. Como exemplo, podemos citar o caso de algum cliente constar na lista de devedores. Os cuidados começam já no momento de redigir a carta de cobrança. O texto deve ser semelhante a uma carta de amor. Se o cliente pagou no vencimento, dificilmente entrará em contato com a empresa a fim de solucionar o impasse. Ele parte do princípio de que os bancos não erram. Caso a empresa venha a ligar e solicitar a gentileza de enviar por e-mail, a fim de comprovar o pagamento, já é razão suficiente para aquele que está do outro lado da linha se ofender e ameaçar com uma ação de dano moral, se a empresa não acreditar na palavra dele e não efetuar a baixa online do seu pagamento.
Por falar em dívida, temos, sua majestade, o devedor. Nosso país, infelizmente, incentiva o devedor. Reduz multas, não prende, tem uma justiça morosa, resguarda a moradia do devedor com a Lei do bem de família e, se isto não bastasse, proíbe ainda que se divulgue o nome dele.
Vou poupá-los de falar a respeito de nossos políticos, uma vez que a mídia tem se encarregado disso com muita competência, conquistando muita audiência e vendido muitos jornais à custa das safadezas e do mau-caratismo de nossos governantes.
Confesso que, não raras vezes, me esforço para manter o otimismo e não dar chances para que o mal se sobreponha ao bem e não me deixe contaminar com a hipocrisia dos malfeitores.
Penso que para problemas temos que encontrar soluções. E, diante das circunstâncias narradas, apego-me a ‘Deus’, em minha família, em meus amigos, ao meu trabalho, procurando sempre ter atitudes positivas e valorizar a vida. Acredito num futuro melhor, pois se pararmos para refletir, nossa vida hoje é muito melhor do que quinze anos atrás. Dispomos de uma qualidade de vida bem superior. A grande maioria da população tem celulares, acesso a computadores, internet, veículos, transportes, comunicação, aparelhos sofisticados para diagnosticar doenças, entre tantas outras facilidades.
A inversão de valores deve ocorrer a partir de nossos conceitos e (pré) conceitos. Se não enxergarmos as coisas boas, quem irá fazê-lo?
Com fé, otimismo, esperança e determinação temos o direito e o dever de vivermos melhor. Vamos deixar de terceirizar nossos problemas. Estamos sempre em busca de um culpado para eles. Culpamos os governantes, o cônjuge, os filhos, os colegas, enquanto que, na maioria das vezes, o errado somos nós. Talvez não na forma de agir, mas, sim, de pensar. Assim fazendo, estaremos contribuindo para um mundo melhor e, ao invés de sofrermos enquanto o ‘Horário Nobre’ de nossas vidas está passando, estaremos energizados e convictos de que ela é digna de ser vivida.
Autor Julio Cesar Soares da Silva
“A inversão de valores transforma o lixo em ouro”.
Edson Caserna
2 comentários
Airton João Marchese · 15/05/2022 às 13:41
Como diria meu pai é isso sem tirar nem por.
Abrs bem gaúcho tché…..
Geraldo Gualdi · 15/05/2022 às 18:48
Excelente pensamento meu irmão amigo. Retrata positivamente todos os momentos de nossa vida. A escolha é nossa, então podemos também levantar cedo pensando na derrota ou escolhermos a felicidade de estarmos com os olhos abertos às oportunidades que estão abrindo-se em um novo dia. Muito obrigado. Grande abraço.