Governança Corporativa é uma das questões mais importantes que devem ser levadas em consideração pelos empresários, o que, lamentavelmente, não ocorre. A maioria acha que é imortal ou que nunca acontecerá imprevistos e não se prepara para o futuro. Não raras vezes, os problemas não detectados com antecedência. Problemas esses, às vezes, de difícil solução e que poderiam ser evitados.

Assim, devemos entender que uma boa governança corporativa é uma das melhores alternativas para o crescimento sustentável, pois melhora o desempenho das empresas e proporciona maior acesso às novas práticas de gestão e de capital. Com melhores estruturas e procedimentos de governança, os processos de tomada de decisão são mais eficazes e aumentam a prosperidade no longo prazo.

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. É o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada.

Com o crescimento e novos modelos de gestão, surgem as necessidades de profissionalização ou mesmo de sucessão, visando a garantir a perpetuação da empresa. Quando tratamos da sucessão, como meio de perpetuação da família na empresa, também devemos tratar da governança familiar, como um dos pilares para o sucesso e perpetuação dos negócios e dos ideais de seus fundadores.
A Governança Familiar, conforme definido pelo IBGC é “Um sistema pelo qual a família desenvolve suas relações e atividades empresariais, com base em sua identidade (valores familiares, propósitos, princípios e missão) e no estabelecimento de regras, acordos e papéis. Seu Objetivo é obter informações mais seguras e mais qualidade na tomada de decisão, auxiliar na mitigação ou eliminação de conflitos de interesse, superar desafios e proporcionar a longevidade dos negócios”.

Assim, o planejamento patrimonial e sucessório nada mais é do que um plano de ação criado pelo patriarca ou matriarca responsável pela fundação da empresa para estruturar o patrimônio ainda durante a sua construção. O intuito é manter os ativos e realizar a transferência dos bens, quando necessário.

Essa série de medidas legais estabelece regras para o uso do patrimônio no presente e no futuro, levando em consideração os desejos do dono. Além disso, deixa assinalado juridicamente como a transição geracional deve ocorrer, buscando o menor custo financeiro, tributário e burocrático possível, sem prejuízos ou perda de competitividade durante o período.

Ao final desse processo, os termos e as condições de acesso dos herdeiros ao patrimônio em questão devem constar em um acordo. Simplificando, é a profissionalização da empresa. Tanto com a inclusão de profissionais externos como de herdeiros, aptos em assumir suas funções e deveres com a família.

Em paralelo, o empresário deve também estar atento para a criação de holdings familiares, evitando futuras brigas entre herdeiros e com objetivo, mesmo na sua ausência, que a empresa se perpetue no tempo.

Muitos são os mecanismos recomendados para o sucesso e perenidade da família e dos negócios. Em empresas familiares, a definição de um protocolo é quase inevitável. Nele são definidos os valores familiares, a cultura e as tradições da família em relação às sociedades, bem como as unidades de consenso nas decisões que envolvem a família, a propriedade e os negócios.

Em muitos casos é a escolha de como será feita a gestão da empresa. Será por um sucessor natural ou por um gestor contratado?

Nas sociedades empresariais, a definição é por acordo de sócios ou de acionistas, visando a regular as suas relações e interesses. Portanto, organize, profissionalize e cuide da empresa que você tanto lutou. Deixe uma história, um legado. Trata-se de um assunto delicado, mas essencial, pois como nosso consultor costuma dizer, envolve assuntos inerentes à morte, separação ou briga. São essas três situações que costumam ocasionar problemas na empresa.

Nos dias de hoje, existem várias consultorias especializadas e que dão assistência e tranquilidade ao empresário, auxiliando nas situações que devem ser previstas para garantir que a empresa permaneça forte, com saúde, segura e protegida de seu propósito.

Autor: Julio Cesar Soares da Silva

“ Ninguém pode prever o futuro, mais cada um pode construir o seu.”
Felipe de Souza filho


Julio Cesar Soares da Silva

Gestor, advogado, pós-graduado em Recursos Humanos e Direito Imobiliário, palestrante e filantropo, Julio Cesar Soares da Silva é Diretor-Presidente da Guarida Imóveis.

2 comentários

Carlos Sartori · 31/07/2022 às 10:47

Estou pensando na sua empresa e ao mesmo tempo fazendo um comparativo com a minha no passado. Tivemos este momento lá atrás mas não soubemos administrar ou nos preocupar em manter nossa atividade ou perpetua-la para os herdeiros. Talvez por ser uma atividade onde poucos herdeiros seriam os beneficiados ou porquê a mesma já tinha-se encaminhado em novos rumos. Uma situação a aer analizada.

Guacira ione Pecket · 31/07/2022 às 12:09

Que se todos empresários agissem assim, não haveria tanta falência nas empresas. E nunca tivessem que fechar suas portas e teria assegurado a permanência aos sócios bem como aos herdeiros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *