​As mães são imprescindíveis em nossas vidas e para o sucesso empresarial. Apresento, de início, dois casos verídicos sobre o papel das mães na vida dos filhos.

“Minha mãe me humilhou na frente de um time inteiro”.

Jack Welch, empresário, ex-presidente da G.E., escreve na página de abertura de sua autobiografia: “era a partida decisiva de um campeonato de hóquei muito disputado. Eu estava no último ano da Salem High School. Desejávamos ardentemente ganhar essa última partida na Lynn Arena contra nosso grande rival, o Beverley Hight. Como vice-capitão da nossa equipe, o Salem Witches, eu fizera um dos dois gols e nos sentíamos bastante seguros quanto às nossas chances. A disputa estava acirrada e ainda na prorrogação permanecia o empate de 2 a 2”. Segue Welch: “mas, de repente, o outro time marcou um gol e perdemos de novo, pela sétima vez consecutiva. Num acesso de raiva, atirei longe meu bastão de hóquei na arena de gelo, disparei atrás dele e me dirigi ao vestiário. O time já estava lá, tirando os patins e despindo os uniformes. De súbito, a porta se abriu e irrompeu minha mãe”.
“O ambiente mergulhou em silêncio. Todos os olhos se grudaram naquela mulher de meia idade, trajando um vestido estampado, enquanto ela caminhava pelo recinto, passando pelos bancos de madeira, onde alguns dos rapazes já trocavam de roupa. Ela caminhou diretamente em minha direção e me agarrou pela gola do uniforme”. “Seu paspalho”, gritou ela na minha cara. Se você não souber perder, nunca saberá ganhar. Se não for capaz disso, não deve entrar no jogo”. “Fiquei desolado. Fora humilhado diante de todos os meus amigos. Mas nunca esqueci daquelas palavras. A paixão, a energia, a decepção e o amor que ela demonstrou com aquela atitude, abrindo o caminho até o vestiário, era típico de minha mãe. Grace Welch foi a pessoa de maior influência na minha vida. Ensinou-me o valor da competição, assim como me impregnou do prazer da vitória e me imbuiu da capacidade de superar as derrotas”.

“Minha mãe, com dois filhos pequenos, tinha que ganhar
dinheiro sem sair de casa”.

O empresário Pedro Herz, diretor da Livraria Cultura, conta em “O Livreiro” a história de sua mãe, Eva, que, fugida do regime nazista de Adolf Hitler, chegou em São Paulo com o marido Kurt em 1939: “rebobinando a fita em 7 décadas, posso me lembrar da vida austera que a nossa família levava em São Paulo, poucos anos depois que meus pais chegaram ao Brasil fugindo do nazismo. Kurt Herz, meu pai, tentava nos sustentar trabalhando como representante comercial da indústria de confecção. Minha mãe, Eva, àquela altura com dois filhos pequenos, ficava em casa cuidando de tudo”.

“Eva então tentou encontrar uma forma de ganhar alguma coisa sem sair de casa. Não tinha a menor chance de pagar alguém para cuidar dos filhos (eu, com 7 anos; meu irmão, com 4)”.
“Com capital irrisório, minha mãe comprou o primeiro lote de 10 livros em alemão, todos best-sellers, para alugar a seus compatriotas. Muitos outros volumes viriam. Para cada livro criou uma pequena ficha de cartolina, na qual anotaria o nome do inquilino, a data de saída do exemplar e a de devolução, em geral uma semana depois”

“O pequeno negócio de Eva foi se firmando entre os leitores do alemão, primeiramente, e não demorou a se expandir. Logo ela passaria a encomendar mais livros, ampliando o seu catálogo e a sua clientela. O curioso é que sempre reinvestia o pequeno lucro na Biblioteca Circulante e não tirava um centavo para si. Isso foi exemplar para mim: meus pais nunca se endividaram para crescer. Nunca tivemos casa de praia, chácara, fazenda e mesmo o primeiro carro demorou a estacionar em nossa garagem”.

Lendo a biografia dos dois dirigentes citados, não posso deixar de lembrar de minha querida mãe, Filomena Soares. Quando meus irmãos mais velhos fundaram a Guarida Imóveis, no longínquo ano de 1977, tendo sempre como norte a manutenção do núcleo familiar, do amor, do trabalho, da perseverança, da honra e da fé.
Assim como dona Grace e dona Eva, mães do Jack e do Pedro, minha mãe também me passou dicas, conceitos e ensinamentos que hoje utilizo na condução de minha vida, de minha família e da empresa.

Quero homenagear aqui a minha esposa Élcia e minha ex esposa Terezinha, por terem me dado três filhos maravilhosos e por serem super mães.

Parabéns à todas as mamães!

Autor Julio Cesar Soares da Silva

“Colo que acolhe, braço que envolve. Palavra que conforta, silêncio que respeita. Alegria que contagia, lágrima que corre. Olhar que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido a vida.” Cora Coralina


Julio Cesar Soares da Silva

Gestor, advogado, pós-graduado em Recursos Humanos e Direito Imobiliário, palestrante e filantropo, Julio Cesar Soares da Silva é Diretor-Presidente da Guarida Imóveis.

3 comentários

Regina Bonfiglio · 08/05/2022 às 11:17

A sua história de vida é muito linda, parabéns pela suas conquistas e obrigada pelo seus ensinamentos!

Rosenda Reis · 08/05/2022 às 11:20

Agradeço pelo lindo texto. Mãe que ama, forma soldados, não só para lutar nas guerras, mas pra ensinar o valor da liberdade e como construi-la baseado no amor e no respeito aos demais.

Carlos Alberto · 08/05/2022 às 13:25

Grande homenagem às estas pessoas que dedicam uma vida. Pelo nosso bem estar

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